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Inerente ao ser humano e até mesmo aos animais, a comunicação pode ser entendida como ato de transmitir uma mensagem verbal ou não verbal e, eventualmente, receber uma outra mensagem como resposta.

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Quando bebês, nos comunicamos pelo choro, pelos sons, risos e expressões que, muitas vezes, podem fugir do entendimento adulto, mas a comunicação está lá, ainda que não compreendida.

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Por isso, o ato de se comunicar, apesar de nos ser tão natural, torna-se fundamental em todas as etapas da vida, em nossa relação com a família, amigos, colegas de trabalho e sociedade, podendo se revelar, como no passado, na escrita cuneiforme dos sumérios e, hoje, por meio dos emojis das redes sociais.

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Contudo, a comunicação continua a ser transformada, organismo vivo que se reinventa a cada instante. Exemplo disso é a Inteligência Artificial (IA), realidade presente e futura, moldando a forma de se comunicar.

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Se antes demorávamos até horas para escrever um bom texto - entenda-se aqui com coerência, norma culta da língua e começo, meio e fim, nesta era da IA, é em questão de segundos. Lá vem redondinho, todo certinho, só que sem sentimento, sem emoção, sem humanidade.

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E no Brasil, o uso da IA está em expressivo crescimento, segundo pesquisa feita pela Ipsos e o Google, a qual revelou que o País ficou acima da média global, uma vez que 54% dos brasileiros relataram que a utilizam-na para criar imagens, músicas e textos.

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A IA veio para ficar, e isso é fato, mas a preocupação fica por conta de saber o quanto ela tem influenciado - e atrapalhado - nossa forma de se comunicar, escrever, pensar e sonhar.

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A criatividade da comunicação e os erros e acertos que fazem parte desse processo estão sendo suprimidos pela instantaneidade dada por algoritmos que fazem quase tudo por nós, menos ser como nós.

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Dessa forma, com textos tão redondinhos, ideias prontas, escritas algoritmizadas, vamos deixando de nos comunicar para se artificializar em um processo que, com toda certeza, não tem mais volta. Então, só nos resta escrever, ainda que para nós mesmos, como protesto diante do uso da IA e para ressignificar nosso papel de comunicadores desde o nosso nascimento até a nossa morte.

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Escrever tornou-se um ato de rebeldia, uma busca incessante de si mesmo em meio ao caos comunicacional que nos colocaram. A comunicação humana pode ser falha em comparação à IA, mas sempre será verdadeira, complexa, cheia de vida e, claro, original.

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*Denival de Lima é jornalista pós-graduado em Gestão de Marketing com mais de 17 anos de experiência na área da Comunicação e Marketing.

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